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Caso "Padre do Balão" completa 16 anos neste sábado (20)

Religioso pretendia fazer voo de 20 horas até o Mato Grosso do Sul para arrecadar fundos para sua paróquia, mas saiu da rota e caiu no mar

Publicado em 20/04/2024 às 19:59

(Foto: GRUPAMENTO DE RADIOPATRULHAMENTO AEREO DE SC/ESPECIAL/CP)

Em 20 de abril de 2008, o padre Adelir de Carli, com 41 anos na época, decolou em uma cadeira de plástico impulsionada por 1.000 balões de gás hélio. Sua intenção era voar de Paranaguá até Dourados, no Mato Grosso do Sul, em um voo estimado em 20 horas.

A motivação por trás dessa aventura era angariar fundos para a Pastoral Rodoviária, uma comunidade que ele servia, dedicada a ajudar os caminhoneiros na região. No entanto, o desfecho dessa história foi trágico.

O padre iniciou sua jornada às 13h em um domingo com tempo nublado, precedido por uma missa para os fiéis que acompanharam o início da empreitada. Em pouco tempo, ele alcançou uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar. Além dos balões, ele estava equipado com itens de segurança como paraquedas, GPS, celular, colete salva-vidas, além de provisões.

O último contato de Adelir enquanto estava no ar foi às 21h do mesmo dia da decolagem, informando ao Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer) de Joinville (SC) que estava pousando no mar devido às condições climáticas adversas que o desviaram da rota planejada.

Ele aspirava a quebrar o recorde desse tipo de voo, inspirado pela história de um norte-americano chamado Larry Walters, que em 1982 fez uma proeza semelhante. Antes desse voo fatal, Adelir havia feito uma jornada bem-sucedida com 500 balões até San Antonio, na Argentina, algumas semanas antes, permanecendo no ar por cerca de quatro horas.

Apesar de sua experiência anterior em atividades aventureiras como paraquedismo, parapente e mergulho, relatos de um instrutor que o havia ensinado três anos antes sugeriram que ele era um aluno indisciplinado.

O desaparecimento de Adelir mobilizou diversas entidades em uma busca que se estendeu por meses. Balões foram avistados no mar por moradores de cidades litorâneas de Santa Catarina, mas seu corpo só foi encontrado em julho de 2008 no Rio de Janeiro. O sepultamento ocorreu em sua cidade natal, Ampére, com uma participação significativa de pessoas na cerimônia de despedida.

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