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Ponte de Guaratuba deve proporcionar retorno da fauna marinha à baía, diz estudo

A ponte vai substituir a travessia por ferry-boat, que é a principal fonte de ruído antropogênico (criado por atividade humana) subaquático na baía

Publicado em 23/04/2024 às 09:20

(Foto: Albari Rosa/AEN)

Durante a elaboração dos estudos ambientais da nova Ponte de Guaratuba pesquisadores observaram que ela deve trazer grandes benefícios para a fauna marinha local, recuperando um ecossistema prejudicado por anos pelo tráfego intenso de ferry-boat e balsas, inclusive com o retorno de fauna para a baía.

A obra é administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), representando um investimento de R$ 386.939.000,00.

Assim que estiver concluída, a Ponte de Guaratuba vai substituir a travessia por ferry boat, que é a principal fonte de ruído antropogênico (criado por atividade humana) subaquático na baía, considerado por estudiosos um fator negativo e de grande relevância no comportamento de cetáceos, grupo de animais formado por golfinhos, botos e baleias.

Durante o monitoramento de fauna na baía de Guaratuba, realizado nas campanhas pré-obras, foi avistado um único par de botos-cinza, a sete quilômetros da região da ponte, apesar de avaliações em décadas anteriores terem verificado a presença de até 32 botos-cinza na baía. A redução dos animais pode ser atribuída à intensificação do movimento da travessia de ferry boat nos anos seguintes, bem como maior fluxo de outras embarcações.

Durante uma das campanhas de levantamento de fauna foi registrado ruído subaquático equivalente a 241 decibéis, um dos maiores documentados tanto no Paraná quanto em relação a áreas de monitoramento de cetáceos.

Conforme o relatório, com embasamento de diversos estudos específicos sobre estes animais, o ruído criado por atividade humana afeta o comportamento, saúde, distribuição de grupos e dinâmica populacional de golfinhos e botos, fatores que podem resultar no deslocamento deles para longe da fonte dos ruídos.

“A Ponte de Guaratuba vai proporcionar uma solução para o deslocamento ágil e seguro da população, e também garantir melhorias ambientais para a baía de Guaratuba, com a retirada do ferry-boat. Vai ter a redução do uso de embarcações pelos moradores e isso vai beneficiar o meio-ambiente local”, afirma a diretora técnica do DER/PR, Janice Kazmierczak Soares.

“A estrutura da ponte em si será um grande atrativo para o turismo na região, e a nossa expectativa é que em poucos anos os botos e os golfinhos retornem para a baía, podendo ser avistados da estrutura da ponte”, complementa.

Os benefícios da construção da Ponte de Guaratuba e encerramento da atividade do ferry boat devem se estender às tartarugas marinhas e também às diversas espécies de peixes observados na baía, que contarão com um ambiente melhor para alimentação, reprodução e descanso.

No litoral paranaense as espécies mais comuns de cetáceos são o boto-cinza (Sotalia guianensis), a toninha (Pontoporia blainvillei) e o boto-caldeirão (Tursiops truncatus).

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